Entre os vários escritos de Eduardo Galeano está um que
muito me intriga por causa do seu título: A Mulher Exemplar
O conto fala sobre a rotina de uma mulher casada, obediente
à bíblia e, consequentemente, ao marido. Desempenhava todos os serviços domésticos
e pontualmente às oito horas, ao meio dia e às vinte horas ela servia o café da
manhã, o almoço e o jantar. Durante as refeições apenas o homem falava; a
mulher não poderia opinar, comia calada.
O enredo aconteceu quando já existia a máquina de lavar e o
aspirador de pó. Todavia, a mulher não desfrutava dessas novidades. O orgasmo
feminino já não era mais tabu, mas a mulher continuava “comendo” calada.
Certo dia a mulher foi fazer uma visita e ao retornar pra casa no
início da noite encontrou o marido quase morto, ofegando no chão. O socorro médico
só foi chamado após o jantar ser servido pontualmente às vinte horas, regado de
um antigo vinho.
O marido? Partiu de vez... e hoje partiu Galeano. Ele se foi
e me deixou intrigada (ou não) com o conceito do termo MULHER EXEMPLAR.
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