Li recentemente o livro intitulado O Livro do Destino,
escrito pela socióloga iraniana Parinoush Saniee. Esta obra anteriormente teve
sua publicação proibida no Irã; anos depois se tornou um best-seller naquele
país, o qual serviu de cenário real para a construção da narrativa fictícia.
Trata-se de um romance cuja protagonista é Massoumeh, adolescente
que sonha em ter um diploma universitário. Seu pai dava todo apoio, mas sua mãe
e os três irmãos defendiam que mulher não precisava ter muito estudo, deveria
apenas se dedicar as habilidades domésticas, tornando-se apta para casar.
Certo dia - a caminho da escola - Massoumeh conheceu e se
apaixonou por um funcionário de uma farmácia. Ambos trocavam cartas
apaixonadas, ato considerado desonra para família; no dia em que o fato foi
descoberto ela foi violentamente espancada por um dos irmãos, foi proibida de
seguir estudando e separada de Parvaneh, sua melhor amiga. Além disso,
Massoumeh foi oferecida em casamento; vários pretendentes mostraram interesse e
ela acabou casando com Hamid, um revolucionário que defendia a liberdade de
pensamento, desprezava o uso do véu islâmico e as demais tradições do seu país.
Após o casamento, a vida de Massoumeh foi regada de
surpresas, sofrimentos, amadurecimento, superação, resiliência. A história nos
permite entender um pouco sobre o regime repressor iraniano, nos faz pensar até
que ponto religião e política podem caminhar juntos e ainda nos inquieta com as
diversas formas de opressão enfrentadas pelas mulheres.
Além de mostrar a cultura da sociedade iraniana, o livro
mostra a história política do país em 5 turbulentas décadas. Do regime
monárquico, comandado pelo Xás ao regime republicano islâmico, liderado pelos aiatolás.
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