MOSAICOS DE UMA VIDA

Juntando cada peça forma-se o mosaico de minha vida. Tantos sentimentos me envolvem. Sentimentos ruins, outros bons. Saudade de quem se foi para eternidade. Saudade de quem posso ligar para ouvir a voz. Tristeza pelas metas não cumpridas e alegria pelos objetivos alcançados. Gemidos de dor, outros de prazer.

21 de mar. de 2013

De tanto que tropeço já sei como cair!

Após o desabafo de uma pessoa querida eu escrevo:

Para sofrer menos eu optei por acreditar que Deus nos prepara algo melhor.

As decepções e dores são seguidas de perguntas sem respostas. A rispidez da vida me faz entristecer e sentir mágoa daquele que planejou minha história. Pra mim é humanamente impossível não ter esses sentimentos. Lutei contra isso, mas não deu.

Melhor acreditar que se existe o mal existe o bem. Para o frio existe o calor. Para tristeza existe a alegria. Para um problema existe uma solução. Para a dor física existe um bálsamo. Para dor emocional existe um Deus.

Assim vou deixando a vida me levar cantarolando a frase de uma música que diz: de tanto que tropeço já sei como cair.

15 de mar. de 2013

O Vinho pensando por mim!


Certo dia uma amiga disse que quando o vinho começa a pensar por ela é sinal que está na hora de dormir. Eu respondi que quando o vinho começa pensar por mim é chegada a hora de escrever.

Foi justamente quando o vinho estava pensando por mim que comecei escrever (mentalmente) este texto. O vinho começou observar as pessoas bem como suas bebidas escolhidas e seus efeitos. Uns tomavam cerveja, outros tomavam Whisky, apenas um se arriscava na cachaça, mas tinha também quem tomava apenas água.

A galera da cerveja disputava o banheiro. O vinho até entendia a necessidade de esvaziar a bexiga, mas ficava sem entender o motivo daquelas pessoas mudarem a frase “fazer xixi” para a frase “tirar água do joelho”.

Os adeptos do Whisky viraram filósofos e economistas. Eles falavam em dinheiro, mão de obra e lucro. Uns defendiam e outros eram contra o capitalismo. Ai o vinho ficou imaginando no quanto Karl Marx estava inquieto no túmulo querendo participar da conversa.

O cachaceiro era o mais conversador e palhaço de todos. Ele participava de todas as discussões, não discordava de ninguém. Isso fazia o vinho não só pensar, mas rir. Rir muito com o cachaceiro porque ele não discordava justamente para usar palavras repetidas. De uma forma engraçada ele dizia diversas vezes “concordo com você” dirigindo-se ao cara da cerveja e em seguida dizia: “assim como não discordo do que eles falaram”, referindo-se a galera do Whisky.

E as meninas da água? Coitadas! Antes tivessem compartilhado o vinho comigo. Elas perderam a voz, só faziam ouvir a conversa de bêbedo, sentiram sono, mas em compensação comeram. Beber não, mas comer era com elas; o vinho maldosamente percebeu que fazer tira-gosto era apenas uma estratégica das meninas da água só pra comer muito.

Foto: Déborah Barbosa
Depois de algumas viradas de copo entre os amigos o vinho se assustou com um problema que surgira. A galera ficou surda. Quanto mais bebiam mais falavam alto. Foi quando o vinho percebeu que a bebida provoca sono, gera problema de audição, ressuscita filósofos, forma palhaço, abre o apetite e faz escrever mentalmente.



13 de mar. de 2013

Está difícil caminhar ! ?

Quando uma amiga especial falou “está difícil caminhar”, referindo-se a sua luta diária que inclui trabalhar, estudar, cuidar de si e das pessoas e ainda correr atrás dos seus sonhos eu logo fiz uma alusão ao Caminho de Santiago de Compostela.

Esse caminho tem subidas e descidas, tem lama, tem pedra, mas também tem flores e água cristalina. Durante a caminhada sentimos cansaço, mas logo encontramos um ponto de apoio pra nos amparar.

Sentimos dor, mas encontramos a solidariedade dos peregrinos ao nos ajudar, seja com uma palavra de ânimo pra não desistir, seja com um bálsamo pra aliviar a dor.

Durante o Caminho nos encontramos dentro de nós, fato que nos faz sorrir e chorar. E temos a consciência de que o trajeto só acaba quando chegarmos ao nosso destino final, aquele que traçamos como meta. Até lá as dores e o cansaço fazem parte do Caminho, que por mais difícil que seja é lindo e vale a pena seguir.

A chegada à cidade de Santiago é emocionante. Lá os peregrinos vistos durante o Caminho se reencontram e demonstram o cansaço, mas é o brilho nos olhos e o sorriso largo que provam que valeu a pena.

Querida, eu quero continuar fazendo parte da tua caminhada, atuando como se fosse uma peregrina. Espero que minhas palavras e orações te sirvam como bálsamo e ponto de apoio. Assim como acontece em Santiago espero um dia te encontrar no nosso destino final, com brilho nos olhos e sorriso no rosto :)

Caminho de Santiago de Compostela
Caminho de Santiago de Compostela


Caminho de Santiago de Compostela
Caminho de Santiago de Compostela


Imagens: arquivo pessoal





12 de mar. de 2013

Parabéns Recife e Olinda


Hoje é o aniversário das cidades irmãs Recife e Olinda. A primeira completa 476 anos e a segunda chega aos seus 478 anos. Ambas enfrentam os problemas das grandes cidades, mas também têm seus atributos que encantam moradores e turistas.

Sou pernambucana e como admiradora da nossa cultura eu optei por admirar o BRASIL nos seus aspectos positivos ignorando e repudiando TODO tipo de preconceito e rivalidade.

Quem me dera conhecer cada cantinho desse país, ouvir cada sotaque arrastado, cantarolado ou amatutado. Sentir frio do sul e o calor do norte.

Quem me dera sentir o calor humano por cada cidade em que eu passasse e em troca apresentar minha terrinha de calor escaldante, explicar o dicionário “nordestinês” de nossa gente, me despedir com um cheiro e com meu sotaque dizendo oxente.

Parabéns às aniversariantes Recife e Olinda e outras mais:

Boa Viagem - Recife/PE
Calhetas - Cabo Stº Agostinho/PE


Porto de Galinhas - Ipojuca/PE
Muro Alto - Ipojuca/PE

Olinda/PE
Catuama - Goiana/PE
Ilha de Itamaracá/PE
Ateliê Francisco Brennand - Recife/PE


Fotos: Arquivo pessoal de Sandra Barbosa

10 de mar. de 2013

E NUNCA MAIS VAI ME DEIXAR!

Com a constante falta d‘água na Região Metropolitana do Recife passei observar até que ponto esse transtorno muda a vida social. Começando pela forma de tomar banho, passando pelo comércio de água, até chegar às relações interpessoais.

Foto: Adauto Júnior
Durante o banho até que as crianças se divertem, mas no geral o banho passa a ser melancólico. É triste ter que economizar água justamente no momento que estamos saindo da sensação de inferno pegando fogo. E quando o banho é com a preciosidade da água mineral a gente começa logo fazer os cálculos de quantas contas de água se pagaria com o valor gasto na tão preciosa água.

Já os vendedores de água mineral parecem políticos em época de campanha eleitoral. Todos sorridentes e eficientes. A gente nem precisa ligar pra pedir água porque eles já estão pra cima e baixo com o produto pronto para entregar.

Quanto às relações interpessoais esse é um fenômeno que precisa ser estudado. Os vizinhos ficam mais simpáticos e até solidários. Presenteiam copos e pratos descartáveis para ajudar economizar água, ajudam carregar o balde cheio, grita avisando que “DEU NA TELEVISÃO QUE SÓ VAI CHEGAR ÁGUA DOMINGO”, ou então grita assim “CADÊ ESSA ÁGUA QUE NÃO CHEGA, DONA FULANA, CICRANA, BELTRANA”? (e cita os nomes das vizinhas). Engraçado é quando a comunicação parte de alguém que mal te responde um bom dia. 

Quando o abastecimento de água é normalizado a vida das pessoas volta à rotina de antes. Os vendedores de água mineral contabilizam o lucro torcendo por outra suspensão do abastecimento d’água, a simpatia dos vizinhos limita-se ao tímido bom dia, boa tarde ou boa noite.

Escuta-se o barulho de água com o povo aproveitando pra lavar, cozinhar e tomar banho. Pra quem gosta de cantar no chuveiro o momento é uma felicidade só. Teve uma pessoa tão feliz no banho que cantava assim: E NUNCA MAIS VAI ME DEIXAR Ô Ô Ô

Fiquei achando que a música de Chiclete com Banana soou como uma declaração de amor pra água. E agora sou eu quem está com a música na cabeça E NUNCA MAIS VAI ME DEIXAR Ô Ô Ô ... ouçam http://www.youtube.com/watch?v=b4E39i5yASI

7 de mar. de 2013

E a luta continua...

O Dia Internacional da Mulher é comemorado no dia 08 de março, mas vale frisar que essa data tem um marco histórico que deve ser lembrado. Foi em 08 de março de 1857 que um grupo de mulheres (operárias de uma fábrica situada em Nova York) fez uma greve, reivindicando redução de carga horária e equiparação de salários com os homens. Justo não é?

Na época o movimento de mulheres não foi visto de forma justa e elas acabaram sendo reprimidas e trancadas dentro da fábrica que foi em seguida incendiada. O ato resultou em mais de cem mulheres mortas carbonizadas.

Só no ano de 1910 a data foi escolhida para ser comemorado o Dia Internacional da Mulher, em homenagem àquelas mulheres mortas de forma tão injusta e desumana.

Anualmente essa data é lembrada, mas nós mulheres só queremos lembrar que nossa luta por igualdade não acabou nem virou cinzas.

Há 3 anos "minhas" Mulheres da Paz comemorando o 
Centenário do Dia Internacional da Mulher
NÃO queremos ser lembradas com flores nem chocolates. NÃO queremos ser melhores nem piores. Só queremos ser tratadas igualitariamente. Usamos essa data para lembrar que durante todos os dias do ano merecemos ser tratadas com RESPEITO, mas se o dia 08 de março não for suficiente, nós mulheres LUTAREMOS TODOS OS DIAS DAS NOSSAS VIDAS. 

Violência contra mulher? Denuncie 180

2 de mar. de 2013

Cheiro de mato queimado


Às vezes tenho a ligeira impressão que cheguei à terceira idade. Alguns acontecimentos me assustam quando me fazem perceber que o tempo e a idade são meus inimigos. Nas ruas só chamo a atenção dos cinquentões. Esses de maneira estranha PISCAM OS OLHOS pra mim. Um deles disse até que pareço com uma mulher de um “reclame” de televisão. Gente, reclame pra mim tem outro conceito. 

Outro fato que me preocupa é ter sentido umas coisas que nao sentia aos 20 anos. De repente uma dor no ombro se estendeu por todo o braço. Disseram-me que era uma tal de bursite. Achei que esse problema era só para o sexo masculino e fui pesquisar a doença com outro nome. Já que sou mulher, talvez o nome da doença fosse rolite. Essa nem existe e o Word marca de vermelho porque desconhece a palavra. Tive que me convencer que meu problema era bursite mesmo.

Outro acontecimento que me alertou para o tempo corrido em minha vida foi quando caiu uma bola no meu quintal. As crianças correram com medo de mim e uma delas gritou: A MULHER vai brigar... Gente, anos atrás eles diriam: MOÇA, joga minha bola que caiu ai.

Triste com minha realidade, mas consciente que deveria devolver a bola fiz isso e voltei pensativa pra dentro de casa. Minutos depois cai a bola novamente em meu quintal. Para meu desespero as crianças batem palmas e quando eu apareço falam todos ao mesmo tempo: A SENHORA pode pegar a bola que caiu ai? Pronto, fui chamada de SENHORA em coro ensaiado.

Imagem: Emerson Fialho
http://emersonfialho.wordpress.com/
Mantive a calma, respirei fundo, devolvi a bola e voltei para olhar o perfil das minhas amigas e amigos nas redes sociais. Queria ter certeza que o tempo tinha passado pra mim. E para meu alivio percebi que o tempo passou, mas foi bem vivido, tive infância e adolescência, fui jovem e fui feliz. Nas músicas da época tratavam as mulheres de amada amante e não de cachorra piriguete. O baseado era apenas um mato queimado e não o crack avassalador.

Foi quando tive a certeza que o tempo passou, mas não parou; ele continua de portas abertas, onde posso me jogar, me esbaldar e aproveitar.