MOSAICOS DE UMA VIDA

Juntando cada peça forma-se o mosaico de minha vida. Tantos sentimentos me envolvem. Sentimentos ruins, outros bons. Saudade de quem se foi para eternidade. Saudade de quem posso ligar para ouvir a voz. Tristeza pelas metas não cumpridas e alegria pelos objetivos alcançados. Gemidos de dor, outros de prazer.

30 de jul. de 2012

Maquiavelicamente falando...

Conversando com uma amiga sobre um fato do qual sai vitoriosa ela me falou: Você foi paciente. E eu disse: Fui maquiavélica. Para quem não sabe o termo não se refere a uma pessoa má e sim ao sobrenome de Nicolau Maquiavel autor de O Príncipe. O livro trata de como obter e manter o poder.

Então certos conselhos eu acho interessante seguir como meio de solucionar alguns problemas, derrubar barreiras, pular obstáculos. Maquiavelicamente falando não esqueci que caso precisasse escolher entre ser amada ou temida eu deveria escolher ser temida, porque para ele ser amada facilita ser ofendida, magoada.

Ele dizia que o poder conquistado com armas e virtudes alheias dificilmente será mantido. Por isso usei minhas próprias armas, ou seja, segui mais um conselho maquiavélico quando demonstrei ser Clemente, leal, humana, evitando ser odiada porque o bom de tudo isso é sentir-se querida, amada... Enfim, não sou tão má assim!


Democracia ou Lei do Cão?

Assistindo o noticiário de hoje um fato me chamou atenção. A notícia tratava do protesto de caminhoneiros contra a lei que regulamenta a jornada de trabalho da categoria. O congestionamento gigantesco dá a impressão que todos os caminheiros aderiram ao protesto, mas foi na fala de um dos líderes do movimento que percebi a falta de união e/ou fortalecimento da classe.

“A gente democraticamente falou: você vai se ferrar se você for”

A reação violenta contra os que não aderirem ao movimento provoca medo. Melhor aderir “democraticamente” do que terem seus caminhões quebrados, apedrejados.

A imposição me fez pensar no quanto a democracia tem sido confundida com a Lei do Cão. Esqueceram que democracia compreende os ideais do povo, protege os direitos humanos, baseia-se nos direitos fundamentais e não na imposição de regras e uso de violência.

Esse é só mais um exemplo de que até para reivindicar ainda temos muito que aprender. 

13 de jul. de 2012

Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA


Julho de 2012, numa sexta-feira 13 o Estatuto da Criança e do Adolescente completa 22 anos e ainda parece filme de terror para muitos ou romance para outros. No papel se mostra como ideal, mas é na sua aplicabilidade que a situação real se esbarra em tantas contestações, particularmente no que se refere à punição daqueles praticantes de barbáries.

Não estou aqui pra defender ou acusar, mas por acreditar que a criança e o adolescente de 22 anos atrás não tinham as mesmas características das crianças e adolescentes dos dias atuais eu penso que o ECA não acompanhou suas mudanças.

O período da infância e adolescência caracteriza-se no tempo e espaço de acordo com cada sociedade e dentro desse contexto os aspectos sócio-culturais irão determinar suas ações, atribuições, limitações, pensar. Vale salientar que a sociedade mudou e vive em constante mudança; por isso o processo pelo qual o individuo passa de criança para a adolescência e desta para a fase adulta é marcado muitas vezes de forma brusca, onde a dependência é substituída pela auto-suficiência.

Ainda que seja utopia, não me custa sonhar que numa sexta-feira 13 ou num dia qualquer a história real do ECA tenha um final feliz, com mocinha vencendo o vilão, o sapo virando príncipe e ao fechar das cortinas a sociedade esteja de pé para os aplausos.

3 de jul. de 2012

Laços de Família


Terminei de ler o livro de Clarice Lispector intitulado LAÇOS DE FAMÍLIA e não poderia deixar de analisá-lo a partir do que consegui enxergar nas entrelinhas. Em cada conto alguns personagens são apresentados, mas muitos nos parecem familiar. A mulher forte, a mulher fraca, a mulher sonhadora, a mãe, a submissa, o pai, a pessoa que se mostra forte escondendo dentro de si suas fraquezas.

Familiar também são os sentimentos, alguns passam por mudanças outros parecem ser intergeracional. O cotidiano entediante, o casamento que mesmo infeliz é visto com refúgio (isso está mudando), a relação de respeito e frieza entre mãe e filha, a falta de carinho entre elas, a relação de estranheza entre noras, genros e sogras, a falta de comunicação, o dinheiro e os sonhos de consumo.

É óbvio que a família na sua posição de instituição acaba esbarrando em conflitos e toda dinâmica necessária para a integração social, mas é através do constante processo de ajustamento que chegamos à formação da família atual, que a meu ver anda desatando os laços.