MOSAICOS DE UMA VIDA

Juntando cada peça forma-se o mosaico de minha vida. Tantos sentimentos me envolvem. Sentimentos ruins, outros bons. Saudade de quem se foi para eternidade. Saudade de quem posso ligar para ouvir a voz. Tristeza pelas metas não cumpridas e alegria pelos objetivos alcançados. Gemidos de dor, outros de prazer.

23 de jul. de 2011

Nós também precisamos de paz!

A campanha promovida por haitianos pedindo o fim da presença de militares brasileiros em seu país me deixou surpresa e chocada; segundo eles os soldados brasileiros reprimem com força e armas as manifestações populares contra a classe dominante, inclusive manifestações pedindo aumento salarial, além de repreender movimentos sociais, praticam sequestros e violência sexual contra mulheres e crianças.

Não posso deixar de citar o papel essencial do exército durante ocupação nos morros cariocas. Que bom seria se essa missão de paz do Exército brasileiro no Haiti também fosse promovida no Brasil como um todo já que o país está entregue nas mãos dos traficantes de drogas, enquanto grande parte da população brasileira vive presa dentro da sua própria casa temendo a violência. As polícias civil e militar parecem ter perdido o controle da situação. E o exército, por onde anda? Está em “missão de paz” no Haiti.

Segundo um amigo que compõem as tropas do exercito brasileiro “ainda há muito que se fazer no Haiti”. Por isso, quero deixar claro que não sou contra essa missão, desde que realmente seja em favor da paz. Pra mim uma ação não exclui a outra. Nós também precisamos de paz.

Os links abaixo mostram mais detalhes sobre o assunto:

http://conlutaspe.blogspot.com/2009/06/delegacao-de-haitianos-em-pernambuco.html

http://ne10.uol.com.br/canal/cotidiano/pernambuco/noticia/2009/06/22/campanha-promovida-por-haitianos-pede-fim-da-presenca-de-militares-brasileiros-no-pais-191447.php

http://www.miradaglobal.com/index.php?option=com_content&view=article&id=1355:haiti-meses-despues-del-terremoto&catid=27:politica&Itemid=74&lang=pt

17 de jul. de 2011

Obrigada, meu Deus!

Há anos, muitos anos atrás um fato mudou minha vida em vários sentidos. Uma das mudanças foi quanto à existência de Deus. Por muitos anos evitei falar sobre o assunto e só as pessoas mais próximas de mim na época do ocorrido ficaram sabendo. Falar sobre isso me fazia sofrer, chorar e ter medo. Medo de viver.

Era final de tarde de um domingo chuvoso. Eu estava indo na casa de uma amiga que morava no mesmo bairro que eu. No meio do caminho fui abordada por um homem. Ele me abraçou me mostrou que estava armado com um punhal e ordenou que eu o abraçasse também. Fui avisada que se olhasse para seu rosto eu morreria. E saímos andando abraçados pelas ruas do bairro como se fossemos namorados. Entravamos e saíamos em várias ruas. De cabeça baixa eu só via que ele estava de bermuda jeans e descalço. 

Falei que não tinha nada para ele roubar e para minha angústia ele respondeu: eu só quero você. Até que chegamos numa casa, sem carro na garagem, com portas e janelas fechadas e luzes apagadas. Logo, ele deduziu não ter nenhum morador e resolveu parar ali mesmo.  Com uma mão sobre meu ombro e a outra com o punhal na minha cintura, mandou-me abrir o portão. Respondi que não abria. Rapidamente ele abriu e entrou comigo. Ordenou-me tirar a roupa e mais uma vez falei que não. 

Neste momento percebi que não estávamos sozinhos. Senti a presença de Deus. Eu não o via, mas sabia que estava ali, que poderia me ouvir. Supliquei que me ajudasse. Olhei para o lado, num plano superior e tive certeza que era ali que Deus estava a me olhar. Falei: por favor, me ajude, faça alguma coisa, não deixe isso acontecer comigo. Foi quando o homem me derrubou no chão e veio em cima de mim para despir-me. Nesta hora ele soltou o punhal ao meu lado e com as duas mãos tirava minha roupa. Peguei o punhal e arremessei por cima do muro. Pronto. Não tinha mais arma. Agora poderia gritar. Fiquei de pé segurando com as duas mãos no muro que era baixo e gritei por socorro. Mais uma vez fui derrubada no chão e com as duas mãos o homem apertava meu pescoço, fazendo-me calar. Perdi as forças e não tinha mais como reagi. Pensei que fosse morrer. 

De repente comecei ouvir vozes, pessoas falando ao mesmo tempo diziam coisa do tipo: você ouviu gritos? Eu também ouvi! Pra que lado foi? O homem falou baixinho ainda com as mãos no meu pescoço: Eita porra!  Soltou-me e correu para os fundos da casa. Homens atiravam em nossa direção. Balas passavam por mim. Rapidamente me vesti e sai correndo. Ouvi pessoas dizendo: eu conheço essa moça de vista; ela mora aqui perto; venha tomar um copo d’água. Continuei correndo, corri até chegar em casa e durante esse trajeto sentia que Deus me acompanhava. 

Passei a noite chorando, pedi pra minha irmã Bele dormir comigo. Fiquei sabendo que o homem conseguiu fugir naquele dia, mas dias depois foi assassinado pelo mesmo motivo. Não sei se isso é verídico.

A única certeza que tenho é da existência de Deus. Não tenho, nem nunca tive religião, mas independente disso sei que existe um ser supremo. E se pra escrever esse texto eu chorei foi por alívio. Obrigada meu Deus!