Durante o Caminho de Santiago as paradas necessárias eram breves uma vez que não ficamos em albergues, mas sim em pousadas e afins previamente agendadas. Há quem diga que peregrino de verdade deve ficar em albergue, participar da ceia coletiva, dividir o quarto com várias pessoas desconhecidas, aventurar vaga em albergue e caso não consiga é necessário caminhar até o próximo povoado, enfim...
Em alguns momentos de silencio e reflexão nos perguntávamos por que estávamos fazendo a peregrinação. Eu pelo menos não tinha resposta. Minha irmã me perguntava se eu faria novamente. Sinceramente, não que eu tenha me arrependido, só faria novamente com mais dias disponíveis. Acredito que com menos quilômetros por dia as dores não seriam tantas e tão intensas. E as paisagens que deixei de apreciar e fotografar com certeza seriam vistas com outros olhos.
Mesmo com dores e cansaço as paradas para descanso e as paradas noturnas eram regadas de uma cervejinha ou claro, um vinho para esquentar.
Quando me perguntam se mudei alguma coisa com a peregrinação, se houve algum encontro espiritual, algo transcendental, eu respondo que não fui para mudar nada, mas sim para enfatizar o meu EU, elevar ainda mais minha auto-estima. Se isso é mudar, então mudei!
E para os que dizem que não fomos peregrinas autenticas eu só tenho a dizer que cumprimos nossa meta, realizamos nosso sonho e para comemorar nossa felicidade em Santiago nos deliciamos com a culinária local.