Juntando cada peça forma-se o mosaico de minha vida. Tantos sentimentos me envolvem. Sentimentos ruins, outros bons. Saudade de quem se foi para eternidade. Saudade de quem posso ligar para ouvir a voz. Tristeza pelas metas não cumpridas e alegria pelos objetivos alcançados. Gemidos de dor, outros de prazer.
Foi lamentável saber que o Grande Recife atingiu
a marca de 100 mulheres assassinadas só este ano.
Sabemos que a violência contra o sexo feminino é um
fato. Faz-se necessário primeiro saber a definição do
que vem a ser violência contra a mulher. Segundo as
Nações Unidas, “violência contra a mulher é qualquer ato
de violência baseado na diferença de gênero, que resulte
em sofrimentos e danos físicos, sexuais e psicológicos
inclusive ameaças, coerção e privação da liberdade, seja
na vida pública ou privada”.
Não basta apenas esperar
acontecer para depois punir os culpados. É imprescindível trabalhar as questões de gênero,
reestruturando e educando a sociedade em busca da
equidade, possibilitando às mulheres serem vistas como
pensantes, figura pública e não privada, polivalente,
uma vez que é mãe, é pai, é esposa, é dona de casa, além
de conquistar seu espaço no mercado de trabalho. Torço
para que mais mulheres tenham coragem de denunciar seus
agressores e que a justiça contra estes seja feita.
Torço também para que mais mulheres se insiram no
mercado de trabalho, que ocupem os espaços públicos, que
cheguem ao poder, que nos representem na Câmara, no
Senado, fortalecendo a capacidade de pressão política e
aumentando o debate nos meios de comunicação.
Texto publicado na seção Cartas do Jornal do Commercio em 20 de Abril de 2006