MOSAICOS DE UMA VIDA

Juntando cada peça forma-se o mosaico de minha vida. Tantos sentimentos me envolvem. Sentimentos ruins, outros bons. Saudade de quem se foi para eternidade. Saudade de quem posso ligar para ouvir a voz. Tristeza pelas metas não cumpridas e alegria pelos objetivos alcançados. Gemidos de dor, outros de prazer.

12 de fev. de 2020

Uma parte do todo assim como no mosaico

Cinco dias após partida de painho eu tive consulta com psiquiatra. Já estava agendada há um mês.  Pensei que seria mais uma consulta de rotina, apenas para avaliar dosagem da medicação e renovar receita.

Eu estava muito fragilizada, passava o dia no trabalho segurando o choro, ao largar chorava no ônibus e engolia o choro ao chegar na casa de mainha. Passei uns dias dormindo lá.

Contei para a médica o que houve e para minha surpresa ela foi tão acolhedora. Foi uma consulta psiquiatra humanizada. Ela demonstrou cuidado e atenção não apenas comigo, mas se estendeu à minha família. Quis saber como estava cada um, principalmente minha mãe. Pediu para que ficasse atenta a ela. E se dispões a falar por telefone se eu sentisse necessidade.

Sai tão mais leve dessa consulta. Os diversos fragmentos soltos em minha cabeça começavam se juntar dando forma a uma peça gigante como num mosaico. Nossas vidas era resultado de muitos miudinhos, muitos pedacinhos, muitos momentos de dor e de cor. De choro e risadas.

Eu precisava aceitar que ele fez parte de um todo na minha vida. A partir daquele todo outras peças continuam em construção. E eu preciso viver!


7 de fev. de 2020

Encontrou-se com o único mal irremediável

“Cumpriu sua sentença. Encontrou-se com o único mal irremediável, aquilo que é a marca do nosso estranho destino sobre a terra, aquele fato sem explicação que iguala tudo o que é vivo num só rebanho de condenados, porque tudo o que é vivo, morre”. (Ariano Suassuna em O Alto da Compadecida)

Dessa vez foi painho. Partiu neste dia nos deixando com tanta dor. Nos custou entender que foi melhor pra ele. Foi desesperador!

E foi justamente ao ver o sofrimento de mainha e cada um dos irmãos e irmãs que pensei: Não. Eu não posso desistir de mim. Não vou provocar tamanha dor e para tanto preciso cuidar de mim, mente e corpo porque depressão não é irremediável.

Para quem não entende ou não quer entender, deixarei alguns desenhos sobre o que se passa na vida de quem tem depressão:

O texto e matéria completa encontra-se no link https://super.abril.com.br/comportamento/um-dia-na-vida-de-uma-pessoa-com-ansiedade-ou-depressao/


Com quadrinhos de Helô D’Angelo