
Eu estava muito fragilizada, passava o dia no trabalho segurando o choro, ao largar chorava no ônibus e engolia o choro ao chegar na casa de mainha. Passei uns dias dormindo lá.
Contei para a médica o que houve e para minha surpresa ela foi tão acolhedora. Foi uma consulta psiquiatra humanizada. Ela demonstrou cuidado e atenção não apenas comigo, mas se estendeu à minha família. Quis saber como estava cada um, principalmente minha mãe. Pediu para que ficasse atenta a ela. E se dispões a falar por telefone se eu sentisse necessidade.
Sai tão mais leve dessa consulta. Os diversos fragmentos soltos em minha cabeça começavam se juntar dando forma a uma peça gigante como num mosaico. Nossas vidas era resultado de muitos miudinhos, muitos pedacinhos, muitos momentos de dor e de cor. De choro e risadas.
Eu precisava aceitar que ele fez parte de um todo na minha vida. A partir daquele todo outras peças continuam em construção. E eu preciso viver!