Cinco dias após partida de painho eu tive consulta com psiquiatra. Já estava agendada há um mês. Pensei que seria mais uma consulta de rotina, apenas para avaliar dosagem da medicação e renovar receita.
Eu estava muito fragilizada, passava o dia no trabalho segurando o choro, ao largar chorava no ônibus e engolia o choro ao chegar na casa de mainha. Passei uns dias dormindo lá.
Contei para a médica o que houve e para minha surpresa ela foi tão acolhedora. Foi uma consulta psiquiatra humanizada. Ela demonstrou cuidado e atenção não apenas comigo, mas se estendeu à minha família. Quis saber como estava cada um, principalmente minha mãe. Pediu para que ficasse atenta a ela. E se dispões a falar por telefone se eu sentisse necessidade.
Sai tão mais leve dessa consulta. Os diversos fragmentos soltos em minha cabeça começavam se juntar dando forma a uma peça gigante como num mosaico. Nossas vidas era resultado de muitos miudinhos, muitos pedacinhos, muitos momentos de dor e de cor. De choro e risadas.
Eu precisava aceitar que ele fez parte de um todo na minha vida. A partir daquele todo outras peças continuam em construção. E eu preciso viver!
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