MOSAICOS DE UMA VIDA

Juntando cada peça forma-se o mosaico de minha vida. Tantos sentimentos me envolvem. Sentimentos ruins, outros bons. Saudade de quem se foi para eternidade. Saudade de quem posso ligar para ouvir a voz. Tristeza pelas metas não cumpridas e alegria pelos objetivos alcançados. Gemidos de dor, outros de prazer.

26 de jun. de 2015

Nenhum homem nasce monstro, alguns tornam-se monstros.

Mais uma vez escrevo sobre violência contra a mulher. E escreverei quantas vezes forem necessárias, porque a ideia é aumentar o debate, alertar as mulheres para o mínimo sinal de violência, incentiva-las denunciar os agressores...

Mais um caso de feminicídio nos chocou e fez chorar a própria delegada que cuidou do caso diante da crueldade e barbárie daquele que ela mesma denominou como monstro. (http://migre.me/qs7Oa)

Maria Alice só queria ser feliz, sonhava em trabalhar e viver, mas infelizmente existe um tal de machismo que acredita ser detentor da figura mulher. Um tal de machismo que impede a mulher de sonhar, ser feliz e viver. Um tal de machismo que machuca, estupra e mata.

Nenhum homem nasce monstro, alguns tornam-se monstros. São seres socialmente construídos, mas é preciso desconstruir a ideia de que eles mandam e nós obedecemos, eles podem e nós nem pensar.

A luta para essa desconstrução não cabe só a nós mulheres, cabe também aos homens que não se tornaram monstros, cabe aos pais, maridos, irmãos, amigos e namorados que não querem ver nenhuma de suas mulheres, mães, irmãs e amigas sendo mais uma vítima como a Maria Alice, Maria da Penha e outras Marias mais.

18 de jun. de 2015

Nem ganhar, nem perder, mas procurar evoluir!

Durante o período mais turbulento da minha vida, mesmo com tantas pessoas queridas me apoiando, segurando minha mão e tentando me fazer sorrir, eu me sentia só. Foi um período de aprendizado, no qual compreendi que ganhar e perder são coisas distintas, mas ambas podem interferir significativamente no meu EU interior.

Ganhar dinheiro, ganhar um jogo, ganhar elogios, ganhar um presente, ganhar um abraço (adoro), e um cheiro (idem) ... são ganhos que me fazem tão bem!

Ganhar peso nem pensar. Essa foi uma das consequências que ganhei quando eu já estava desistindo de mim, desistindo de sonhar, desistindo de sorrir. Autoestima? Eu já não sabia o que era isso.

Perder um filho dói; parente e amigos também. Perder um jogo, dinheiro, documentos é muito chato. E perder o ônibus? Nãããñnnnn

Mas perder peso... Ôh delícia!!!

Até isso eu aprendi e nem foi tão difícil; também porque minha dieta foi composta de reeducação alimentar, atividade física e injeção de ânimo do Dr. Pedro Lapa.

E para fechar o texto segue um trecho da música “Dias de Luta, Dias de Glória” (Chorão / Thiago - Charlie Brown Jr)

“A vida me ensinou a nunca desistir
Nem ganhar, nem perder, mas procurar evoluir
Podem me tirar tudo que tenho
Só não podem me tirar as coisas boas que eu já fiz pra quem eu amo
E eu sou feliz e canto e o universo é uma canção e eu vou que vou
História, nossas histórias
Dias de luta, dias de glória”.


14 de mai. de 2015

DIA MAIS FELIZ DA MINHA VIDA

Foi em 14 de Maio de 2012 que eu soube da minha gravidez. Hoje completam três anos do DIA MAIS FELIZ DA MINHA VIDA. Chorei de emoção e de joelhos agradeci a Deus. 

Estava sozinha em casa, mas precisava dividir minha alegria porque era muito grande e não cabia em mim. Liguei para Chico e em seguida para minha mãe, enquanto falava com ela enviei um torpedo coletivo para meus 3 irmãos, 3 irmãs e minhas amigas mais próximas. A partir daí as ligações não paravam. Algumas riam e outras pessoas choravam junto comigo. Foi engraçado!

Na primeira ultrassonografia meu irmão Binho me acompanhou porque Chico não podia se ausentar do trabalho. O beta HCG estava cada dia mais alto e a ultra mostrou que estava tudo caminhando bem.

Na segunda ultrassonografia eu já me aproximava da oitava semana, mas meu coração tava muito apertado, eu sentia que algo não tava bem. Por isso pedi pra Chico tentar ir comigo e finalmente ele conseguiu liberação do trabalho. Ele estava ao meu lado quando o médico nos mostrou na imagem que nossa alegria acabara. Meu bebê ainda estava comigo, porém sem vida. 

Novamente informei para irmãos, irmãs e amigas, que choraram comigo. 

Muitas pessoas já conhecem minha história, mas resolvi escrever esse texto porque durante esses três anos eu aprendi muitas coisas. E uma delas foi externar meus sentimentos, mesmo que seja através de texto. Isso me alivia a dor.

Algumas pessoas já me falaram que outro filho vai fazer passar minha dor. Outras já me falaram que dois meses de gestação era apenas uma bolinha dentro de mim. Outras dizem para esquecer o que passou e olhar pra frente. Já ouvi também "Deus sabe o que faz"... Entendo que todas essas frases são formas usadas para tentar me ajudar; por isso não as ignoro.

Todavia, pra mim filho é filho independente do tempo de vida. E nenhum filho substitui outro, até porque mãe de anjo eu sempre serei. Meu bebê viveu em mim, por pouco tempo, mas viveu. Se Deus quis assim, como muitos dizem, Ele optou por deixar uma ferida que não sara. Talvez para me fazer aprender tudo que já aprendi; se ainda dói é porque preciso aprender mais.

Meus planos mudaram, meus sonhos também... e assim vou vivendo, dia após dia...

13 de abr. de 2015

MULHER EXEMPLAR ?!

Entre os vários escritos de Eduardo Galeano está um que muito me intriga por causa do seu título: A Mulher Exemplar

O conto fala sobre a rotina de uma mulher casada, obediente à bíblia e, consequentemente, ao marido. Desempenhava todos os serviços domésticos e pontualmente às oito horas, ao meio dia e às vinte horas ela servia o café da manhã, o almoço e o jantar. Durante as refeições apenas o homem falava; a mulher não poderia opinar, comia calada.

O enredo aconteceu quando já existia a máquina de lavar e o aspirador de pó. Todavia, a mulher não desfrutava dessas novidades. O orgasmo feminino já não era mais tabu, mas a mulher continuava “comendo” calada.

Certo dia a mulher foi fazer uma visita e ao retornar pra casa no início da noite encontrou o marido quase morto, ofegando no chão. O socorro médico só foi chamado após o jantar ser servido pontualmente às vinte horas, regado de um antigo vinho.

O marido? Partiu de vez... e hoje partiu Galeano. Ele se foi e me deixou intrigada (ou não) com o conceito do termo MULHER EXEMPLAR.

4 de jan. de 2015

Enquanto você olha o celular... Eu escrevo!

Todos sabem que o celular e a internet existem para facilitar, agilizar, simplificar nossa vida. Todavia, esses elementos acabam por afastar as pessoas. E a falta deles provoca a sensação de impotência, irritabilidade, ansiedade...

Recentemente passei por duas situações distintas. A primeira foi numa praia, onde as operadoras de celular não davam sinal, e consequentemente as pessoas ficaram incomunicáveis. Pessoas reiniciavam o aparelho, tiraram e botavam a bateria e chip, reclamavam das operadoras... Como não tinham sucesso, acabavam guardando os aparelhos. A partir daí conversaram mais, riram mais, curtiram mais o momento entre amigos e família.

Imagem de internet
A segunda situação aconteceu em um restaurante. Lá todas as operadoras de celular deram sinal de vida, e mesmo que não dessem o wi-fi era livre. Pessoas juntas e afastadas ao mesmo tempo. Na mesa ao lado senta um casal; após lerem o cardápio fazem o pedido ao garçom para em seguida pegarem seus celulares. Isolaram-se naquele momento hi-tech. Nenhuma palavra trocada entre eles. Quando a comida chegou, o garfo foi para uma mão e o celular para a outra.

Em outra mesa um grupo de amigos também me chamou a atenção. Vários celulares para registrar as mesmas imagens. O grupo registrava o momento do brinde, a garrafa de cerveja super gelada, o churrasco na mão do garçom. E eu questionava porque não fazer apenas uma foto e repassar para as demais pessoas. Foto registrada e logo começaram os compartilhamentos nas redes sociais. Isso não bastava, era preciso ficar a observar quantas curtidas e comentários conseguiram com a imagem. O tempo passava e a interação girava em torno daquele bendito celular. A galera não tinha papo-cabeça aff

E não acabou por ai... vi também três amigas que não paravam de olhar os rapazes da outra mesa. Eles nem observavam, já que o foco era o celular e internet. E pasmem, elas também começaram a fazer fotos (deles). Isso mesmo! Fingiam o tal selfie na tentativa de capturar fotos dos rapazes.

Enfim, continuei observando as pessoas e escrevendo esse texto mentalmente, afinal, meu celular estava descarregado kkkkkkk